Enredo da Obra de João GUIMARÃES ROSA
Grande Sertão: Veredas
“O diabo na rua, no meio do redemoinho...”
Narrador: o ex-jagunço Riobaldo resolve narrar sua vida a um doutor, que não fala, limitando-se apenas a alguns gestos e risadas.
Riobaldo (narrador-personagem): eu tinha 14 anos e fui pagar uma promessa com a minha mãe às margens do São Francisco e lá me encontrei com um menino.
Riobaldo II (cena- gestos): fica impressionado com a coragem do menino. Você é corajoso!
Reinaldo (Diadorim): é meu pai disse que eu careço de ser diferente.
Riobaldo II: como é seu nome
Reinaldo: é Reinaldo (despedem-se).
RiobaldoI: pouco depois minha mãe morre, meu pai nunca soube quem era. Levaram-me para a fazendo de meu padrinho Selorico Mendes.
Selorico Mendes: Riobaldo você vai estudar com o mestre Lucas.
Riobaldo: combinado.
Riobaldo: meu padrinho me deixou viver na lardeza de tudo eu dispunha de trabalhar seguido eu nem carecia. De uma coisa ele não tolerava que era só que alguém indagasse quanto dinheiro ele tinha.
Mas um dia de tanto querer não pensar nisto, acabei me esquecendo quem me disse que era à toa que minhas feições copavam retrato de Selorico Mendes.
E que ele tinha sido o meu pai. O mundo todo me desproduzia numa grande desonra.
Riobaldo II: eu filho de meu padrinho! Que decepção! Vou fugir para onde? Não sei? Eu vou para casa do mestre Lucas. Vou inventar uma mentira.
Riobaldo II: meu padrinho mandou eu vir para continuar estudando com o senhor.
Mestre Lucas: Eu estava pensando em você, para você ir a fazendo de Zé Bebelo que eu vou dá boas informações suas. Boa viagem!
Riobaldo: eu me tornei um professor na fazenda do Zé Bebelo e depois secretário do fazendeiro, graças a indicação do mestre Lucas. Presenciei várias lutas do bando do Zé Bebelo ao lado das forças do governo contra os bandos de jagunços que infestam o sertão mineiro. E também contra o bando dos jagunços de Joça Ramiro. E a partir daí começa as aventuras pelo norte de Minas, sul da Bahia e Goiás. Mas eu estava insatisfeito com o chefe Zé Bebelo e fugi.
Cena de Riobaldo II (sem destino/ reencontra o menino Reinaldo).
Reinaldo: anda sozinho?
Riobbaldo: estou sem rumo.
Reinaldo: quer entrar para o bando dos jagunços de Joça Ramiro?
Riobaldo II: na hora!
Reinaldo: eu vou revelar um segredo, meu nome é Diadorim, mas só me chame assim quando tiver só nós!
Riobaldo: certo!
Riobaldo: ai afeição entre nós começa a se tornar intensa.
Cena (Zé Bebelo e Joça Ramiro – bandos de jagunços).
Riobaldo: no primeiro combate contra as forças de Zé Bebelo, Reinaldo é ferido, desaparece alguns dias. Depois volta, mas não conta nada ao amigo.
Riobaldo: (conflito): Joça Ramiro quem comanda o bando e derrota. Zé Bebelo que é preso e levado a julgamento.
Hermógenes e Ricardão: matem o prisioneiro!
Riobaldo: não tem necessidade de matá-lo.
Joça Ramiro: vá para Goiás, mas com uma condição jamais volte.
Riobaldo I: depois de dois meses de tranqüilidade o bando recebe a notícia.
Alguém aparece: - mataram Joça Ramiro! Assassinado à traição por Hermógenes e Ricardão.
Cena (aparece Reinaldo e desmaia).
Reinaldo(Diadorim): vamos vingar a morte de Joca Ramiro! Vamos planejar (juntam-se). Vamos nos hospedar na casa do Sô Amadeu.
Cena(ficam só os dois).
Cena (aparece Sô Amadeu e Otacília).
Riobaldo: que bela moça (conversam baixinho). Tenho que ir Otacília.
Otacília: ficarei te esperando para nos casarmos.
Cena (Reinaldo com raiva de Riobaldo e saem).
Reinaldo (com um punhal): você tenha cuidado comigo Riobaldo!
Riobaldo II: o que eu fiz? (surpreso). Que sentimento é esse meu pai que estou sentido! Que diabo é isso! De que jeito eu podia amar um homem macho em suas roupas e suas armas, rústico em suas ações. Ele tinha a culpa? Eu tinha a culpa? O sertão não tem janelas nem portas.
Riobaldo I: em um dado momento os jagunços fugindo dos inimigos param numa encruzilhada, chama Veredas Mortas e Riobaldo descobre que o sucesso de Hermógenes era o fato de que ele vendera sua alma ao Diabo. E resolve fazer o mesmo.
Riobaldo II: Diabo, vamos fazer um pacto? Eu dou minha alma para vencer esta batalha. Vem! Aparece!
Riobaldo I: o diabo não aparece, mas eu acreditei que ele ouviu. Eu tomei uma decisão arriscada, atravessar o liso do Sussuarão e atacar a fazenda de Hermógenes.
Cena(todos o bando de Joca Ramiro).
Riobaldo II: a travessia foi feita. Vamos pegar a mulher para servir de isca.
Riobaldo I: começa a luta sangrenta.
Cena(os dois bandos).
Reinaldo: eu vou vingar a morte de Joca Ramiro seu desgraçado, traidor!
Cena(agarram-se e morrem).
Riobaldo II: (triste): vamos lavar os corpos. Diadorim é uma mulher (fica desesperado).
Narrador: som ente quando Riobaldo chega ao final de sua história é que as coisas fazem sentido para ele. E o sentido da vida também fica claro.
Riobaldo II: aprender a viver é que é o viver mesmo. O diabo não há! É o que eu digo, se for... existe é homem humano. Travessia.
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