sexta-feira, 29 de abril de 2011


           Com  a  chegada  dos  colonizadores  portugueses  ao  Brasil,  veio  junto  uma  diversidade  de  manifestações culturais e entre essas as da Semana Santa, sem dúvida uma das mais expressivas do  nosso  calendário  religioso  e  profano  do  catolicismo  popular.  A  quaresma  tem  início  na  Quarta- feira de Cinzas, logo em seguida ao Carnaval e vai até o domingo de Páscoa, período em que havia  uma vigilância cerrada da igreja nas realizações das festas, por ser um período de abstinência para  os católicos e, como a igreja exercia um grande poder na sociedade, a desobediência era falta grave  e, conseqüentemente, os que desobedeciam poderiam sofrer pesados castigos.  
           Mas o propósito deste artigo é registrar a malhação de Judas na zona rural de PIQUET CARNEIRO  . O município que fica a 371 quilômetros de João Pessoa, na Microrregião do  um   município     constituído   de   valores   culturais   tradicionais, mas interligado ao mundo globalizado pelas novas tecnologias. 

      A brincadeira é quase sempre realizada nos sítios , na noite do  sábado  de  Aleluia,  no  terreiro  das  casas,  recebendo  dos  respectivos  proprietários  a  licença  para   malhar o Judas grupo de moradores da redondeza percorre as localidades próximas pedindo  prendas para a quebra do jejum da quaresma e como manda a tradição quem nega a doação poderá  ter  problemas  no  resto  do  ano  e  no  final  do  dia  a  comissão  tem  arrecado  boa  quantidade  de  alimentos, bebidas e objetos que são armazenados na casa onde outro grupo confecciona o boneco  de Judas secretamente para não ser roubado.  
  Sitio  de  Judas  é  um  ciclo  cercado  de  mato,  também  chamando  de  curral,  com  uma  entrada de três metros e no centro é erguido um mastro de aproximadamente oito metros onde é  dependurado o boneco de Judas, na base é todas as doações.                                                                                                  
    Os Caretas são soldados mascarados que vão proteger o Judas dos  invasores que tentam roubá-lo a todo custo, roubar o Judas e as doações   a todo custo, roubar o Judas e as doações antes da meia-noite do  sábado  de  Aleluia.  Os  Caretas  vestem  roupas  de  saco  de  estopa  como  uma  espécie  de  surrão,  barulhento,  assim  como  o  surrão  do  Maracatu,  máscara  de  couro  ou  papelão  com  bigode  e  sobrancelhas de crina de cavalo para dar uma aparência de coisa grotesca e sua arma é um chicote de  couro  entrançado  com  um  objeto  contundente  na  ponta.
  A  malhação  de  Judas,  nas  zonas  rurais  e  urbanas,  é  uma  manifestação  cultural  popular  que  persiste  no  tempo  e  se  acentua  nos  diferentes  segmentos  da  sociedade  no Brasil.

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