Com a chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil, veio junto uma diversidade de manifestações culturais e entre essas as da Semana Santa, sem dúvida uma das mais expressivas do nosso calendário religioso e profano do catolicismo popular. A quaresma tem início na Quarta- feira de Cinzas, logo em seguida ao Carnaval e vai até o domingo de Páscoa, período em que havia uma vigilância cerrada da igreja nas realizações das festas, por ser um período de abstinência para os católicos e, como a igreja exercia um grande poder na sociedade, a desobediência era falta grave e, conseqüentemente, os que desobedeciam poderiam sofrer pesados castigos.
Mas o propósito deste artigo é registrar a malhação de Judas na zona rural de PIQUET CARNEIRO . O município que fica a 371 quilômetros de João Pessoa, na Microrregião do um município constituído de valores culturais tradicionais, mas interligado ao mundo globalizado pelas novas tecnologias.
A brincadeira é quase sempre realizada nos sítios , na noite do sábado de Aleluia, no terreiro das casas, recebendo dos respectivos proprietários a licença para malhar o Judas grupo de moradores da redondeza percorre as localidades próximas pedindo prendas para a quebra do jejum da quaresma e como manda a tradição quem nega a doação poderá ter problemas no resto do ano e no final do dia a comissão tem arrecado boa quantidade de alimentos, bebidas e objetos que são armazenados na casa onde outro grupo confecciona o boneco de Judas secretamente para não ser roubado.
Sitio de Judas é um ciclo cercado de mato, também chamando de curral, com uma entrada de três metros e no centro é erguido um mastro de aproximadamente oito metros onde é dependurado o boneco de Judas, na base é todas as doações.
Os Caretas são soldados mascarados que vão proteger o Judas dos invasores que tentam roubá-lo a todo custo, roubar o Judas e as doações a todo custo, roubar o Judas e as doações antes da meia-noite do sábado de Aleluia. Os Caretas vestem roupas de saco de estopa como uma espécie de surrão, barulhento, assim como o surrão do Maracatu, máscara de couro ou papelão com bigode e sobrancelhas de crina de cavalo para dar uma aparência de coisa grotesca e sua arma é um chicote de couro entrançado com um objeto contundente na ponta.
A malhação de Judas, nas zonas rurais e urbanas, é uma manifestação cultural popular que persiste no tempo e se acentua nos diferentes segmentos da sociedade no Brasil.
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